5.2.09

"uma flor roxa que..

Sentada no seu antigo balanço na pracinha que brincava desde a infância, ela mantinha os olhos fixos na descoberta que segurava em suas delicadas mãos: uma flor. Banal e piegas, não se importava na figura que poderia estar bancando para os traseuntes por ali. Estava tão completamente absorta na linha que seus pensamentos tinham tomado que não tinha atenção suficiente para pensar na aparência.

A questão ia se enveredando por dentro dela e deixava suas sombrancelhas levemente franzidas de preocupação. Acreditava sim, não era uma pessoa cética de forma alguma, e procurava sempre enxergar as coisas de maneira positiva. Mas a dúvida que carregava era se de repente a imagem que fazia não era um tanto distorcida, se todos os romances literários e filmes açucarados que assistia não estariam afetando as suas idéias. Pergunatava-se ainda se ela mesma seria capaz de tal sentimento. Ou ainda, se era merecedora dele. Se perguntava se haveria alguém que fosse tão absurdamente bom ao ponto de gostar dela da maneira como era. Sem visar benefícios, sem impressões erradas, sem ilusões, apenas por quem ela era. Perguntava-se se esse alguém existia e ainda, como esse alguém se interessaria por alguém como ela? Suspirou.


A propósito, a flor que segurava era um amor-perfeito.