23.10.09

.uma gota de limão.

Com opulenta convicção seus dedos erguem-se em arrogância, a língua afiada ansiosa para fazer aquilo que faz de melhor. Aqueles tamborilam sob a mesa, enquanto esta estala na impaciente espera para que o outro se cale, cedendo finalmente espaço para o seu brilhantismo contido se expressar (porque aos seus próprios olhos é isso o que é: brilhante!). Dedos e língua em ação, falta-lhe as idéias. Mas, isso não é exatamente um problema, já que basta rebater as do outro impiedosamente. Não importa se talvez o infeliz tivesse com alguma razão, não interessa se ele tenha trazido algo que nunca pensou antes, nem se dava ao trabalho de ouvir. O fato é que as suas próprias idéias eram melhores. Sua posição era sempre a mais sábia. Sua opinião, indiscutível. Esqueceu-se de um pormenor importante: "melhor" é sempre um adjetivo (ou advérbio) comparativo, e comparar implica necessariamente em tomar conhecimento do outro. (Mas pff, isso só sou eu aqui falando). E se você caro leitor, achar que não tem nada a aprender com alguém assim, engano seu. Não há nada mais fácil de se fazer para parecer esperto do que abrir a boca e: criticar

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