8.9.07

Isso não é um cachimbo


Se alguém tivesse contado ela não acreditaria. Porque carregava a velha mania de desconfiar, a cada passo mantinha um pé atrás.
Demorou pra acreditar porque também costumava duvidar de seus sentidos, eles já não haviam a traído antes? Não esquecia traições.
Só acreditou em fim, porque desacreditar seria contestar o óbvio. E contra o óbvio ela não podia lutar, nem queria.
Incrível, aquilo abalara toda a sua muralha meticulosamente erguida e impenetrável. E ela não gostava disso.
Buscou um chão abaixo de seus pés, mas não encontrou.
Tentou capturar as borboletas no estômogo, mas não conseguiu.

Quando cedeu ofegante de seu enorme esforço em resistir, pode então sentir. E sentir era tudo o que mais precisava.


=)

7 comentários:

NA disse...

Crer no óbvio não é tarefa fácil, sobretudo se temos um conceito já formado e entranhado lá no fundo do ser. Porque acreditar no óbvio se ela abala meus alicerces?
Só porque é o óbvio? Ou será porque o óbvio é na maioria das vezes o certo?

=* atentamente...

Lua disse...

o maior medo é o de tornar-se vulnerável. e esse medo deve ser enfrentado, a qualquer custo. para que ela possa, enfim, jogar-se de cabeça. e de coração.

:)

Lua disse...

lembro dessa pintura. :)

Nomundodalua disse...

protegidaaa!!
descubri seu bloguito..muito legal seu espaço! :)

gsotei,principalmente da constatação no final..s olhe que se "permitir" não é nada fácil viu? então, energias positivas!
namastê!
x*

Anônimo disse...

[texto lido e relido, seguido de um largo suspiro]

.. e eu me pergunto; até onde vai essa nossa ligação, além de um sobrenome semelhante?

Angélica Paula disse...

ops!

Rafael disse...

lindo.
eu nao consigo mais escrever, só vejo uma beleza incrível nesse texto.
sentir no fim das contas é o que importa.