30.12.10
.Novo.
13.11.10
. Ao soldado desconhecido.
29.10.10
.(der)rota.
18.10.10
.sobe?.
16.9.10
. Era uma casa muito engraçada.
Ela ouviu falar do fogo. Embora já tivesse passado muito tempo, ela ainda lembrava das palavras ditas como se tudo tivesse acontecido ontem. Todos haviam a ouvido também, mas cada um tinha sua própria desculpa para tê-la esquecido. Mas eu estou me adiantando, deixe-me explicar:
Todos haviam recebido um espaço no terreno do loteamento e, embora o alicerce já estivesse colocado quando chegaram lá, cabia a cada um erguer e concluir o seu próprio edifício. O design do projeto, os materiais usados e o tamanho da obra ficava a critério de cada um. A única condição é que haveria um prazo. O tempo foi passando, a empolgação inicial de ter sido contemplado com o terreno foi esfriando e como ninguém sabia ao certo quando esse prazo se esgotaria, as coisas foram ficando um pouco diferentes. Todo mundo passou a ser bem mais prático, afinal, é preciso ser versátil e moderno. A regra era ter o máximo de benefício com o menor esforço possível.
Apenas um deles agia absurdamente diferente. Ela não havia aderido ao movimento, não adotou o padrão, não seguiu o modelo. E as demais pessoas a julgavam, divididos entre os que a achavam uma louca obsessiva ou uma esnobe arrogante.
"Por que essa obsessão por ouro e pedras preciosas? "
"Quem ela pensa que é, rejeitando a madeira e a palha do armazém? Ela não sabe que estamos em crise?"
"Eu já disse pra você não ir brincar perto dali, menino!"
Ela continuava no seu minucioso trabalho.Trazia em suas mãos as marcas do intenso labor. Esquecera quantas vezes precisou vender tudo o que tinha para comprar mais uma pepita. Quantos dias e noites passara viajando, na região das minas, procurando por mais fragmentos e pedras brutas. Quantos excessos teve que abrir mão para economizar. Mas de uma coisa lembrava bem: o fogo. Provavelmente por trabalhar com ele todos os dias afim de lapidar e dar forma a sua edificação, ela aprendera a respeitar o fogo.
Então, quando o prazo finalmente se esgotou e o que parecia impossível aconteceu, todos puderam entender. O fogo veio. Em meio ao corre-corre e gritaria das pessoas tentando salvar seus pertences, ela sentou. O fogo que transformava tudo em volta em brazas e cinzas, apenas cintilava sua luz, irradiando por entre as pedras preciosas de sua casa. Ela fechou os olhos enquanto o brilho colorido dançava no seu rosto. Era lindo!
"Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" 1Coríntios 3:10-16
21.8.10
.Ensina-me a sabedoria.
12.8.10
.Resistência.
"Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira." Lucas 10:33-37
7.8.10
.carbono X tungstênio.
Eu acho que o sonho de toda criança na alfabetização (agora "primeiro ano", nunca me acostumo com essas mudanças de nomenclatura) é escrever de caneta. Era o meu, pelo menos. Eu achava a coisa mais glamurosa escrever com uma caneta esferográfica, mais ainda, escrever rápido com uma caneta esferográfica. Aquele rastro de tinta sendo deixado sem precisar fazer força, a tampa da caneta charmosamente encaixada na parte de trás... Quando eu descobri que "esferográfica" era porque tinha uma esfera pequenininha que rolava e deixava a tinta sair foi que eu fascinei de vez. Eu era inconformada de não poder escrever no meu próprio caderno (daqueles molinhos, com capas coloridas e de uma matéria só- eu também queria um caderno de capa dura, mas deixo essa parte da conversa pra outra hora) com elas na escola. Tadinha da professora, agora eu vejo que era boa vontade dela pra não deixar a gente ter um caderno todo rasurado, afinal. Mas o ponto aqui é que há uma lógica que sustenta a proibição. Crianças pequenas devem usar o lápis grafite ao invés da caneta pelo simples fatos de que elas podem apagar. Diante dos nossos deslizes de iniciante o generoso grafite nos permite recomeçar de novo e de novo e mais uma vez.
Foi quando cresci que reconheci o valor do velho companheiro grafite (e nem me façam piadinhas com jogador de futebol que a copa já acabou). Minha lapiseira 0.7 2B- sempre favorecendo minha letra esquisita e permitindo que eu erre à vontade pra depois corrigir - e eu temos uma história juntas. Eu sou uma daquelas pessoas que sempre perguntam se pode usar grafite na hora da prova, só pra garantir. Mas, agora a proibição é reversa. Na maioria das vezes não pode. Isso porque a caneta sabe como é.. é mais permanente. E aqui chegamos ao ponto central desse post.
Quando eu criei o Rascunhos (como eu chamo esse blog, o nome é "os rascunhos sempre vão pro lixo?" como você já deve ter percebido) há 6 anos atrás, a idéia era poder compartilhar das coisas que eu penso e creio, das histórias que eu crio e das que me criaram, das minhas personagens inventadas e das personas reais que encontro por aí- como você também já deve ter percebido. Mas o que eu não sei se você percebeu também é a enorme insegurança e boa dose de autocrítica escondidas nesse título. Se eu mantenho as coisas que escrevo no status de "rascunho" eu não me responsabilizo pelo resultado final, não preciso me preocupar com nenhuma crítica porque veja só: é só um rascunho, eu posso fazer de novo! A garota que pensou nesse nome é aquela que ainda insiste no uso do grafite, aquela que evita assumir as rasuras da tinta.
Já faz algum tempo que eu tenho me deparado com essa inadequação. Minha relação com o que escrevo mudou, eu mudei. O que eu escrevo aqui e entrego a vocês em pequenas porções não são rascunhos, não são textos incompletos, me deixe confessar aqui. Mesmo considerando as falhas que existem neles, eu não seria capaz de alterar nada. Eles são como são porque são produto de quem eu sou. A obra que o Senhor tem realizado na minha vida me constrange com a Sua imutabilidade. O Senhor é bom e a sua misericórdia dura para sempre. Ele é eterno e me faz ver que sou eterna também, ainda que meus dias de peregrina nessa terra estejam contados. Davi no salmo 129 diz que " todos os meus dias foram escritos no teu livro quando nenhum deles havia ainda", assim como ele, eu estou maravilhada com o desenrolar da história que Deus escreveu para cada um de nós, com a narrativa que está sendo contada na qual somos nós os protagonistas. Eu não sei quanto a você, mas eu me rendi ao maravilhoso enredo do meu autor- porque sim, essa história você escolhe. Dito isso tudo, comunico a você fiel leitor- desrespeitado enormemente pela falta de continuidade das postagens- ou visitante perdido na internet que esse blog mudou. Sim, esse blog passou a se chamar "dias contados", não porque tenha se tornado um diarinho, mas porque eu quero compartilhar com você a viagem com um número limitado de dias, quero lhe contar o que acontece pelo caminho, quero lhe falar sobre as aventuras na estrada e das belas paisagens, mas, sobretudo, quero lhe falar sobre o destino final. Eu estou assumindo a caneta.
;)
1.4.10
."Passagem".
Eu cresci um pouco e alguém me disse que a páscoa era um dia triste. "Por quê?" (eu era um daquelas que sempre perguntava...) "Porque Cristo morreu pelos nossos pecados." "Hein?" Agora tinha que ser um momento de reflexão. Nada de carne vermelha. Os desenhos agora eram cinzentos e tinham uma cruz.
Hoje. Algum tempo se passou desde então. Não poderia deixar de dizer o que sinto. É um misto de puro júbilo com gratidão o que tenho aqui dentro. Uma alegria explode no meu coração! Não foi ningém que me falou. Não fui convecida. Não... Eu Creio!
Eu posso imaginar aquela fria manhã de domingo. Três mulheres caminham até o túmulo prestar o seu último favor. A escuridão paira no ar e a esperança se foi. As cenas da dor e sofrimento Dele passam com flashes em suas mentes. O luto e o pranto são como pesadas capas que as encobrem. "Ele se foi." Alguns passos mais adiante elas chegam ao destino. "O que é isso? A pedra foi removida?!" Tentam buscar uma explicação lógica para aquilo. "O levaram... roubaram-no..." Então lhes aparece o anjo. "Aquele a quem procuram não está mais dentre os mortos..." O que seria aquilo? Seria possível? "Quem é aqule homem ali? Algum jardineiro? Deve ter sido ele quem O levou!" Jesus olha para Maria Madalena. "Não pode ser..." "Maria!" "Mestre!!!" Posso sentir o turbilhão em seu coração. "Ele está vivo!!! VIVO!!!"
Minha vontade é fazer o mesmo que elas fizeram, sair gritando para o mundo todo ouvir: "Ele vive! Ele vive!" Jesus ressucitou! O sepulcro está vazio. Nem mesmo a morte foi capaz de detê-lo. Podem me chamar de fanática. Eu não me importo. Sou completamente apaixonada. Religião alguma, instituição humana alguma, filosofia alguma pode me dar o que eu tenho. EU O AMO! Ele me amou primeiro.
É isso. Estou imensamente feliz..."